17. A História de Salomão (aprox. 1015-975 a.C.)

  1. SALOMÃO PEDE A DEUS A SABEDORIA
    Salomão sucedeu a seu pai Davi no trono. Uma noite, o Senhor apareceu-lhe em sonhos e disse-lhe: "Pede-me o que quiseres e eu te darei". Salomão respondeu: "Senhor, meu Deus, fizeste-me rei, a mim vosso servo! Sou ainda muito novo e inexperiente e o vosso povo é numeroso. Dai-me um coração dócil para que eu saiba governar". O Senhor disse-lhe: "Não me pedes longos dias, nem riquezas, mas sabedoria para bem julgar. Vou atender o teu desejo. Dou-te sabedoria e inteligência como ninguém a teve, nem jamais terá. Dou-te também o que não me pediste: riquezas e glória. E se tu guardares os meus preceitos, como os guardou teu pai Davi, dar-te-ei longos anos de vida".

  2. SALOMÃO JULGA SABIAMENTE
    Pouco tempo depois, apresentaram-se duas mulheres a Salomão. Uma disse: "Senhor, eu e esta mulher habitávamos na mesma casa. Durante a noite, estando a dormir, sufocou o filho e, aproveitando-se do meu sono, pôs o meu filho adormecido junto de si e colocou aos meus pés o seu filho que estava morto. De manhã, olhando de perto para ele, vi que não era o meu filho". A outra mulher interrompeu: "Não, o meu filho é o que está vivo, o teu morreu". A primeira replicou: "Não, o teu é que morreu. O que está vivo é meu". E continuaram a disputar.
    Então o rei disse: Trazei uma espada, dividi em duas partes o menino que está vivo e dai metade a cada uma!". Cheia de amor ao seu filho, a mulher cujo filho estava vivo suplicou: "Senhor, peço-vos que lhes deis a ela o menino vivo e não o mateis!". A outra, pelo contrário, dizia: "Não seja para mim nem para ti, mas divida-se". Então Salomão disse: "Dai à primeira o menino vivo porque é ela a verdadeira mãe". E assim todo o povo de Israel soube que a sabedoria de Deus assistia ao rei para julgar com retidão.

  3. A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
    No décimo ano do seu reinado, Salomão enviou embaixadores a Irã, rei de Tiro, para lhe dizer: "O Senhor deu-me paz com todos os meus vizinhos e penso em lhe edificar uma casa. Manda-me, pois, cortar no Líbano cedros e ciprestes!". Irã consentiu e fez-se uma convenção entre os dois reis. Salomão escolheu milhares de operários em todo o Israel e os mandou, por turnos, trabalhar no Líbano com a gente de Irã. Além disso, tinha milhares de carreteiros e cabouqueiros no monte; era lá que se aparelhavam as pedras. Terminada a construção, que levou 7 anos, Salomão convocou os príncipes do povo e ordenou que se transladasse a arca para o templo, com grandioso cortejo. Cento e vinte sacerdotes tocavam trombetas; os levitas cantavam salmos ao som de instrumentos musicais. Imolaram-se inúmeras ovelhas e bois. Colocada a arca no santo dos santos, uma nuvem encheu a casa do Senhor.
    Salomão prostrou-se diante do altar dos holocaustos e disse: "Senhor, Deus de Israel, se os céus não vos podem conter, muito menos esta casa que eu vos edifiquei. Todavia, dignai-vos a lançar sobre ela um olhar de misericórdia e ouvi a todos aqueles que orarem neste lugar". Então desceu o fogo do céu e consumiu as vítimas. Depois o Senhor apareceu a Salomão e disse: "Nesta casa estarão sempre os meus olhos e o meu coração".

  4. DESCRIÇÃO DO TEMPLO
    O templo de Salomão reproduzia a planta do tabernáculo, mas em maiores dimensões. O edifício tinha 60 côvados de comprimento, 20 de largura e 30 de altura. Do lado do Oriente erguia-se um pórtico. Dos outros três lados, tinha encostada uma construção de 18 côvados, dividida em 3 andares, com compartimentos para guardar o mobiliário do templo. O interior compreendia o santo e o santo dos santos. O santo tinha 40 côvados de comprimento; o santo dos santos, que se prolongava do lado do Oriente, tinha 20 côvados de comprimeto, 20 de largura e 20 de altura. As paredes e os tetos do santuário eram guarnecidos de tábuas de cedro e ornados com flores, palmas e querubins esculpidos, tudo revestido de ouro. O próprio pavimento era de lâminas de ouro. Em volta das construções havia dois átrios: um no interior reservado aos sacerdotes e outro no exterior para o povo.

  5. A RAINHA DE SABÁ VISITA SALOMÃO
    Acabada a construção do templo do Senhor, Salomão construiu também para si um esplêndido palácio. O trono era de ouro e marfim e a baixela era do mais fino ouro. Os seus navios iam buscar nos países mais longíquos ouro e objetos preciosos de toda a espécie, como dentes de elefante e pavões. Em riqueza, excedeu todos os reis da terra.
    De todos os países do mundo corria gente para ver Salomão e todos se honravam em lhe oferecer presentes. A rainha de Sabá, na Arábia, veio também a Jerusalém com grande comitiva para conhecer a sabedoria de Salomão. Quando o ouviu e viu toda a sua magnificência, ficou encantada e disse: "Na verdade, a tua sabedoria e a tua glória ultrapassam a fama que tinha chegado até mim. Bem-aventurados os servos que estão sempre contigo e ouvem as palavras da tua sabedoria! Bendito seja o Senhor, teu Deus, que te colocou sobre o trono de Israel". E ofereceu-lhe ricos presentes de ouro e pedras preciosas antes de voltar para o seu país.

  6. PECADO DE SALOMÃO
    Salomão desposou mulheres pagãs que o levaram a cair na idolatria, quando já era velho. O Senhor mandou-lhe dizer: "Porque transgrediste os meus mandamentos, eu dividirei o teu reino. Contudo, em atenção ao meu servo Davi, deixarei uma parte dele a teu filho". Salomão reinou 40 anos em Jerusalém.



“A divina bondade não só não rejeita as almas arrependidas, como também vai em busca das almas teimosas”. São Padre Pio de Pietrelcina