16. A História de Davi (Aprox. 1055-1015)

  1. DAVI VENCE O GIGANTE GOLIAS
    Estorou a guerra contra os filisteus e todos os irmãos de Davi tiveram de pegar em armas.
    Um dia, o pai de Davi mandou-o ao acampamento para obter notícias. Enquanto ele estava lá, saiu um gigante do campo dos filisteus, que tinha seis côvados e um palmo de altura. Usava capacete de metal, couraças e tornozeleiras de bronze. A haste de sua lança era como o órgão de um tear. Dirigindo-se ao exército de israel, Golias dizia: "Escolhei entre vós um homem que ouse lutar comigo. Se ele me matar, seremos vossos escravos; mas se eu o matar, sereis nossos escravos". E ninguém ousava lutar com ele.
    Então Davi apresentou-se e disse: "Irei combater com ele". Tomou o cajado e escolheu na torrente cinco pedras bem lisas, metendo-as numa sacola; depois com a funda na mão, avançou contra o filisteu. O gigante, vendo Davi tão pequeno, gritou-lhe: "Serei eu algum cão para vires contra mim armado com um pau?. Davi respondeu: "Tu vens contra mim com espada, lança e escudo e eu avanço em nome do Senhor. Hoje o Senhor vai entregar-te nas minhas mãos e toda a terra saberá que há um Deus em Israel". Então Davi tirou uma pedra da sacola e arremessou-a com a funda. A pedra foi cravar-se na fronte do filisteu e o gigante caiu por terra. Davi correu e, tirando-lhe a espada, cortou-lhe a cabeça. Os filisteus fugiram aterrorizados e os israelitas matou-os em grande quantidade.

  2. MAGNANIMIDADE DE DAVI
    Depois de ter matado o filisteu, Davi voltou com Saul. Por toda a parte as mulheres saíam ao seu encontro, cantando: "Saul matou mil e Davi matou dez mil". Essa preferência irritava o rei. Um dia, enquanto Davi tocava harpa na sua presença, Saul atirou por duas vezes a lança contra ele, para o matar, mas Davi esquivou-se ao golpe. Desde então Saul teve medo de Davi porque via que o Senhor estava com ele. Tendo Davi alcançado nova vitória na guerra contra os filisteus, aumentou a inveja de Saul. Davi pôs-se, então, em fuga e, com alguns de seus companheiros mais fiéis, refugiou-se no deserto.
    Saul perseguiu-o com 3 mil homens. Um dia, Davi entrou sem ruído na tenda de Saul enquanto este dormia. Abisai aconselhava-o a matar o rei naquela oportunidade, mas Davi recusou-se dizendo: "Quem poderá levantar a mão contra o ungido do Senhor sem cometer crime?". Contentou-se em levar a lança e a taça do rei. Em seguida, de uma colina vizinha, gritou a Abner, general de Saul: "Abner, por que não guardaste o teu rei e senhor? Vê agora onde está a lança e a taça do rei!". Saul reconheceu a voz de Davi e ficou muito arrependido.
    Algum tempo depois, Saul travou batalha com os filisteus nos montes de Gelboé. O seu exército foi derrotado e Saul ficou gravemente ferido. Então disse ao escudeiro: "Desembainha a espada e mata-me!". Como o escudeiro hesitasse, Saul deixou-se cair sobre a própria espada e morreu.

  3. DAVI É PROCLAMADO REI
    Então Davi consultou o Senhor, que lhe disse: "Sobe a Hebron". Os homens de Judá o acolheram bem e deram-lhe a unção real.
    Entretanto, Abner, general de Saul, elevou ao trono Isboset, filho de Saul. Só ao fim de sete anos e seis meses depois da morte de Abner e de Isboset os anciãos das tribos de Israel foram procurar Davi em Hebron e o reconheceram como rei. Logo que subiu ao trono, Davi pôs-se à frente de seus guerreiros e marchou sobre Jerusalém que estava então em poder dos jebuseus. Conquistou a fortaleza de Sião, estabeleceu nela a sua residência e chamou-lhe cidade de Davi.
    [Hábil e valente guerreiro, Davi venceu diversas guerras. Bateu os filisteus, submeteu os moabitas, os sírios, os idumeus e os amonitas. O seu reino estendia-se do Eufrates até o Egito.]


  4. DAVI ORGANIZA O CULTO DIVINO
    Davi mandou construir na colina de Sião uma tenda magnífica para a celebração do culto. Para lá foi transportada a arca da aliança no meio de um cortejo imponente. Os sacerdotes levaram a arca. Grande número de cantores e músicos abrilhantavam a cerimônia. O próprio Davi tocava harpa diante da arca.
    Depois de colocar a arca no novo tabernáculo, Davi organizou o culto divino. Distribuiu os sacerdotes em 24 classes encarregadas do serviço divino, por turnos, cada qual por uma semana. Escolheu também 4 mil levitas para executar os cânticos sagrados e acompanhá-los com instrumentos. Estes cânticos têm o nome de Salmos, isto é, cânticos de louvor.
    Davi também pensava em construir um templo ao Senhor. Mas Deus mandou-lhe dizer pelo profeta Natan: "Não serás tu que me construirás uma casa mas sim Salomão, teu filho. Eu firmarei para sempre o seu trono. Serei para ele um pai e ele será para mim um filho".

  5. REVOLTA DE ABSALÃO
    Davi tinha um filho, chamado Absalão, que organizou uma conspiração contra ele e, tendo-se proclamado rei em Hebron, marchou sobre Jerusalém. Davi só teve tempo de fugir. Acompanhado de seus servos fiéis, saiu da cidade, atravessou o Cedron e subiu o monte das Oliveiras, descalço e com a cabeça coberta. Depois, refugiou-se para além do Jordão.
    Absalão perseguiu o rei travou-se uma batalha. Davi disse a seu general: "Poupai o meu filho Absalão!". O exército de Absalão foi derrotado e ele fugiu num cavalo. Ao passar por baixo de um carvalho frondoso, seu cabelo prendeu-se nos ramos da árvore e ele ficou suspenso, enquanto o animal continuava a correr. Levaram a notícia a Joab. Este tomou três lanças e traspassou com elas o coração de Absalão. Depois vieram os escudeiros e acabaram de o matar.
    Quando lhe anunciaram o resultado da batalha, Davi perguntou: "Meu filho Absalão está vivo?". O mensageiro respondeu: "Oxalá tenham a mesma sorte todos os inimigos do rei!". Davi, cheio de tristeza, repetia a chorar: "Meu filho Absalão! Absalão filho meu! Quem me dera ter morrido por, Absalão meu filho, filho meu Absalão!".
    [Chegando ao término de sua vida, Davi mandou dar a unção real a seu filho Salomão. Morreu com 70 anos de idade, depois de ter reinado 40 anos em Israel (aprox. 1015 d.C.).]




“É doce o viver e o penar para trazer benefícios aos irmãos e para tantas almas que, vertiginosamente, desejam se justificar no mal, a despeito do Bem Supremo.” São Padre Pio de Pietrelcina